Druidas, os magos do amanhã????
Magos druidas ou cavaleiros celtas, guardiões da Natureza, alquimistas dos
segredos das florestas, jardineiros das flloradas das estrelas, acendedores
da luz da Lua Azul ou anjos que cairam na Terra e perderam a consciência
cósmica no momento da queda. Mas, no corpo etério guardaram a verdade mais
bonita de Deus assim como se guarda um tesouro, um pote de ouro, com as
moedas de todas as virtudes astrais bem no fim de cada arco-iris, bem no
entardecer para fazer da noite o prelúdio do novo dia que vai se principiar,
para reunir as forças e a bênção divina de cada entardecer e preparar uma
poção mágica com a ajuda da Natureza, preparar mais uma Alvorada Perfeita.
Druidas ou magos eternos do amanhã???
Talvez essa pergunta continue até hoje sem uma resposta definitiva a cada
amanhecer de esplendor.
Afinal quem foram os celtas ou a casta céltica de homens e mulheres repletos
de poderes, seres enclausurados no coração da floresta, monges dos cristais
e elementais do Ceu, sólidos e etérios no ciclo das pedras..
Nos registros da História dos Humanos, o druidismo ocupou um espaço
geográfico entre o século II a.C. e o século II d. C. E depois deste
perído, o sonho druida Sobreviveu apenas em algumas cantões das Ilhas
Britânicas, que não sofreram a invasão romana.
E a cultura celta foi, mais tarde, suplantada pelo Cristianismo. Mas, na
Idade Média, a Igreja que mais fluiu verdade e encantos crísticos, foi a
Igreja Cristã-Celta. O amalgama fluiu ainda raízes e frutos crísticos que
não feneceram no alvorecer dos horizontes.
A influência do Cristianismo, não do Cristianismo que se dogmatizou mas do
Cristianismo- essência, foi extremamente valiosa para a formatação da
religião e religiosidade da presença do Senhor, Mestre Jesus Cristo, na Paz
e Harmonia da Natureza, do Amor e perdão estampados nos Lírios Brancos do
Campo . Em comparação direta, a alma cristã, cristalizou o Amor, Louvou e
Reverenciou O Universo, semeou elementos básicos para equilibrar
espiritualmente a alma céltica. E a alma druida que sempre foi viril,
praticista, estupênda, cheia de pólen para espalhar o nectar do amanhã a
cada minuto de cada hora de cada dia sem fim, se aproximou do Interior de
Deus, do Exterior de Deus, que está em cada ser vivo, uma espécie de
família cósmica, presente sempre, Onipresente, Onisciente
Celtas ou druidas???
Nomes de múltiplas origens, múltiplas interpretações, cronológicas ou
etimológicas.
Mas quem foram afinal estes magos cristãos, pagãos na época cuja
existência não foi conhecida dos Gregos senão duzentos anos a. C.
Até o Grande César descreveu o centro do druidismo, falou dessa gente
especial ocupando as ilhas britânicas. E depois, as Falanges Celtas teriam
imigrado para as regiões vizinhas da Gália. Muitos historiadores e filosofos
até defenderiam a tese que o berço druida teria origem na Gália. E assim
percorrido o caminho inverso da Galia para a Bretanha
Mas em meio às discussões à luz da História, as castas celtas de sabedoria,
os druidas poderiam sim já estarem plantados no cerne da cultura aborígene
da Irlanda e da própria Grã-Bretanha.
"Camille Jullian, por exemplo, do Colégio de França, na sua obra mais
recente sobre a Histoire de la Gaule contenta-se em fixar como de 600 a 800
a.C. a chegada dos químricos – druidas - à Gália, o ramo mais moderno dos
celtas. Julian acredita que Eles procediam da foz do Rio Elba e, ao mesmo
tempo, outra Horda das costas da Jutlândia, expulsos por intempéries como
furacões, tufões, erupções de vulcões e maremotos, o que os obrigou a
emigrar em direção do sul". (Denis, 1995, p. 27)
Funções
O que se sabe e se comenta nas escolas iniciáticas é que Não sendo
reconhecidos como magistrados legalmente constituídos, os druidas exerciam
funções religiosas, jurídicas, políticas e pedagógicas, até mesmo depois da
destruição de todo o seu acervo cultural e histórico.
O conhecimento ficou incravado de geração a geração na mente de cada
druida, de cada mago, mesmo após a Inquisição e a caça aos bruxos e wiccas.
E assim, mesmo perseguidos e aniquilados pela Inquisição, os sacerdotes e
sacerdotisas ainda realizavam seus cultos nos bosques, reverenciando,
principalmente, o carvalho.
Possuíam escrita e língua próprias ,apesar de adotarem o grego como a língua
nacional. O aprendizado da doutrina druídica compreendia um períodode duas
décadas, aproximadamente vinte anos de exercícios e meditações.
No bojo druida, os sacerdotes e sacerdotisas ( aqui é necessário uma
explicação: a mulher era mais preparada pela sociedade druida para exercer a
função clérica do que o homem, por ser mais intuitiva e sensitiva
biologicamente) exerciam cinco funções específicas, criando cinco classes:
1 - os vacios que se encarregavam dos sacrifícios;
2 - os saronidos, encarregados da educação e do cultivo das ciências;
3 - os bardos, poetas, oradores e músicos, que exortavam o povo à prática
das virtudes e treinavam os guerreiros;
4 - os advinhos, que previam o futuro;
5 - os causídicos que administravam a justiça. (Castanho, s. d. p.)
O druidismo se aplicava sobretudo a desenvolver a personalidade humana, em
vista da evolução que lhe é destinada. Ele cultivava as qualidades ativas, o
espírito de iniciativa, a energia, a coragem; tudo o que permitia afrontar
as provas, a adversidade e a morte com uma incrível segurança.
Mais recentemente formaram-se confrarias druídicas como as ordens dos Bardos
e dos Merlin, em 940. Em 1781 foi fundada a ordem dos druidas de Londres,
sociedade secreta que se propunha a fomentar a moral, o patriotismo, o
filantropismo e a fraternidade; em 1903, ordens druidicas também apareceram
em Gales e na Alemanha. Caráter folclórico. (Castanho, s. d. p.)
4. TEOLOGIA DRUIDICA
4.1. O SISTEMA TEOLÓGICO
É pouco conhecido o sistema teológico dos druidas, pois os autores gregos e
romanos quando falam dos mitos druídicos os referem às suas próprias
teogonias. Para alguns o druidismo fundava-se num panteísmo material cheio
de mistérios; para outros, o conhecimento da divindade manifestado pelos
druidas não muito diferente na perfeição do conhecimento judaico. (Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
4.2. EXOTÉRICO X ESOTÉRICO
No Druidismo, como em toda a religião, havia traços exotéricos e esotéricos.
Os que não se aprofundaram na análise esotérica, ficaram com a impressão de
que o druidismo é uma religião primitiva, principalmente por causa dos
sacrifícios que impunha. Porém, ao penetrarem no âmago, no âmbito esotérico,
mudaram de opinião, porque vislumbraram uma doutrina reveladora das altas
verdades e das leis superiores do Espírito. (Denis, 1995, p. 115)
4.3. AS TRÍADES
Léon Denis, no capítulo VII de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, faz uma
descrição pormenorizada das Tríades. Resumamo-la. O corpo da teologia
druídica era baseado nas tríades. As Tríades eram formadas, utilizando-se de
três tipos de ensinamentos, em que cada um completava os outros dois. Seria
como o filho numa família constituída de pai e mãe. Quer dizer, para que o
filho exista deve existir antes um pai e uma mãe. Faltando o pai ou a mãe, o
filho não pode vir à luz. Nesse sentido, os ensinamentos são transmitidos de
forma lógica, em que se atrelando um ao outro, tem-se todo o sistema
organizado.
Conforme as "Tríades" druídicas há três fases ou círculos de vida: no
annoufn, ou círculo da necessidade, o ser começa sob a forma mais simples;
no Abred ele se desenvolve, vida após vida, no seio da humanidade e adquire
a consciência e o livre-arbítrio; finalmente, no Gwynfyd, ele desfruta a
plenitude da existência e de todos os seus atributos, libertado das formas
materiais e da morte, ele evolui para a perfeição superior e atinge o
círculo da felicidade.
Síntese das tríades: passar do abismo Annoufn para as alturas sublimes do
Gwynfyd.
Desta série de tríades, as onze primeiras são consagradas à exposição dos
atributos de Deus, como vemos a seguir:
DEUS E O UNIVERSO
I - Deus, verdade e ponto de liberdade;
II - Três coisas procedem de Deus: toda vida, todo bem e todo poder;
III - Deus é necessariamente três coisas: vida, ciência e poder;
IV - Três coisas Deus não pode deixar de ser: o que deve constituir, querer
e realizar o bem perfeito;
V - Três garantias do que Deus faz e fará: poder, sabedoria e amor infinito;
VI - Três fins principais da obra de Deus: diminuir o mal, reforçar o bem e
esclarecer toda a diferença;
VII - Três coisas Deus não pode deixar de conceder: vantajoso, necessário e
belo;
VIII - Três forças da existência: não poder ser de outro modo, não ser
necessariamente outra e não poder ser melhor pela concepção;
IX - Três coisas prevalecerão necessariamente: o supremo poder, a suprema
inteligência e o supremo amor de Deus;
X - As três grandezas de Deus: vida perfeita, ciência perfeita, poder
perfeito;
XI - Três causas originais dos seres vivos: amor, sabedoria e poder divino.
OS TRÊS CÍRCULOS
XII - Há três círculos de existência: o círculo da região vazia (cegant)
onde - exceto Deus - não há nada vivo nem morto e nenhum ser que Deus não
possa atravessar; o círculo da migração (abred) onde todo ser animado
procede da morte, que o homem atravessou; o círculo da felicidade (gwynfyd),
onde todo ser animado procede da vida, que o homem atravessará no céu.
XIV - Três fases necessárias de toda a existência em relação à vida: começo
em annoufn, a transmigração em abred e a plenitude em gwynfyd; e sem estas
três coisas nada pode existir, exceto Deus.
Em resumo: a doutrina dos druidas se baseia em três princípios fundamentais:
a eternidade de Deus, a perpetuidade do Universo e a imortalidade das almas.
5. DRUIDISMO E ESPIRITISMO
Allan Kardec, no capítulo I do livro segundo de O Livro dos Espíritos,
descreve a classificação dos Espíritos quanto ao grau de desenvolvimento, de
acordo com as qualidades adquiridas pelos Espíritos como também pelas
imperfeições de que ainda não se livraram. A analogia com a teologia
druidica pode ser feita, bastando acrescentar à escala espírita, abaixo da
terceira ordem, o círculo de anufn, que caracteriza o abismo ou a origem
desconhecida das almas e, acima da primeira ordem, o círculo cegant, morada
de Deus, inacessível às criaturas.
O quadro abaixo mostra esta analogia:
ESCALA ESPÍRITA | ESCALA DRUIDA
| Cegant. Sede de Deus
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1.ª ordem | 1.ª classe | Espíritos puros. Não mais reencarnação Gwynfyd. Sede
dos bem- aventurados. Vida Eterna
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2.ª ordem (Bons Espíritos) | 2.ª classe Espíritos Superiores* Abred.
Círculo das migrações ou das diversas existências corpóreas, que as almas
percorrem para chegar de anufn a gwynfyd.
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3.ª classe | Espíritos Prudentes*
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4.ª classe | Espíritos Sábios*
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5.ª classe | Espíritos Benévolos*
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3.ª ordem (Espíritos Imperfeitos) | 6.ª classe | Espíritos Batedores*
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7.ª classe | Espíritos Neutros*
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8.ª classe | Espíritos Pseudo-sábios*
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9.ª classe | Espíritos Levianos*
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10.ª classe | Espíritos Impuros*
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Anufn. Abismo; ponto de partida das almas.
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* Depurando-se e elevando-se pelas provas da reencarnação.
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Fonte de Consulta: Revista Espírita de 1858, p. 111.
6. CONCLUSÃO
Sintetizando as pesquisas realizadas, deduzimos que o druidismo é fonte de
muita sabedoria, e que deveria ser motivo de estudo dos espíritas, a fim de
melhor dimensionar o alcance de suas palavras, quer em tribuna ou nas
conversas ao pé de ouvido. A absorção destes ensinamentos serviu-nos para
enfatizar a crença de que o Espiritismo é eterno, ou seja, sempre existiu.
Nesse sentido, a missão primordial de Kardec nada mais foi do que juntar o
que estava espalhado, de maneira esparsa por toda a face do planeta.
Hoje estamos no século XX, considerado mais evoluído do que na Antigüidade.
Porém nada nos impede de supor Espíritos, já naquela época, mais evoluídos
do que nós, uma vez que as verdades são eternas e estão disseminadas no
espaço sideral.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
AZEVEDO, A. C. Dicionário de Nomes, Termos e Conceitos Históricos. Rio de
Janeiro, Nova Fronteira, 1990.
CASTANHO, C. A. Dicionário Universal das Idéias. São Paulo, Meca, s. d. p.
DENIS, L.. O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Rio de Janeiro, CELD, 1995.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro,
Editorial Enciclopédia, s.d. p.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
KARDEC, A. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos (1858). São
Paulo, Edicel.
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